Por que é tão difícil se tornar um faixa preta?

Aprenda Kung Fu Online!

Nesse texto você vai entender a razão de ser tão difícil se tornar um faixa preta! Descubra quais são os motivos que levam muitos praticantes a desistir das artes marciais.

O que é a faixa preta

A faixa preta é uma graduação de diversas artes marciais. Desde que Jigoro Kano começou a utilizar o sistema de faixas para separar seus alunos em níveis de habilidade, no começo do século XX, temos a faixa preta como a principal meta dos artistas marciais.

Contudo, essa classificação é bem ampla e variável. Isso ocorre, pois no final das contas, cada escola e família marcial terão divisões diferentes (tanto é que algumas escolas nem mesmo adotam o sistema de faixas).

Portanto, a faixa preta é um símbolo de habilidade, porém ela deve sempre ser vista na ótica da arte em questão. Na Bravo Kung Fu, por exemplo, um faixa preta é aquele que já aprendeu a aprender. Isso quer dizer que a pessoa em questão já absorveu o suficiente do método para aprender novos conteúdos de maneira autônoma, ou seja, com uma grande independência do professor.

A faixa preta também vale para qualquer arte

O conceito de “faixa preta” está intimamente ligado com a ideia de maestria. Apesar de esse termo ser quase absoluto nas artes marciais, ele também pode ser entendido em qualquer arte. E quando falamos de Kung Fu como algo além da arte marcial, trazendo seu significado original de “trabalho árduo”, podemos entender esse título como algo que se aplica a todo artista de nível avançado.

O que leva alguém a desistir de se tornar um faixa preta?

Ter um nível de habilidade e conhecimento nas artes marciais (ou nas artes em geral) não é fácil. É preciso muita dedicação e foco para se manter treinando por anos. Por isso, muitas pessoas desistem nas primeiras faixas das graduações. E isso é bem comum, já que o praticante iniciante pode não ter desenvolvido uma paixão pela arte. É preciso experimentar para conhecer, sendo assim, nessa fase inicial é esperado que algumas pessoas desistam simplesmente por não se identificarem com a prática.

Portanto, essa reflexão vai abordar os motivos que levam pessoas que chegaram a níveis intermediários ou avançados em alguma arte marcial desistirem de se tornar um faixa preta. Além disso, é possível fazer analogias entre as artes marciais e outros tipos de artes. Afinal, alguns fatores a abordados  seguir são comuns a várias atividades.

Tempo

Qualquer um que já tenha tentado iniciar uma arte marcial ou um esporte vai entender muito bem as dificuldades do fator tempo. É preciso conciliar a rotina de estudo e/ou trabalho, família, vida social, afetiva, etc. Tudo isso tem que coincidir com o horário em que o professor está dando aula.

Ainda é preciso contabilizar o tempo de deslocamento e de preparação para o treino. Especialmente nas artes marciais, existe todo um ritual para se iniciar a aula. Além da pontualidade, cuja desobediência geralmente é motivos para reprimendas, há também a uniformização e a colocação de equipamentos de proteção.

Na rotina agitada que a maioria da população adulta leva no século XXI, seguir essa rotina se torna uma tarefa homérica. Também há o fato de que nossa rotina muda muito. Quando isso ocorre (e sempre ocorre!) temos que refazer todo o nosso planejamento.

Assim, quando a situação envolve uma escolha entre uma arte que você gosta e o seu emprego, fica fácil entender a razão que leva muitos praticantes a desistir de se tornar um faixa preta. Os fatores como oferta de horários, tempo livre e de deslocamento podem se tornar impossíveis de se equilibrar.

Espaço

Espaço e tempo estão intimamente ligados na natureza. Portanto, no nosso cotidiano não poderia ser diferente. É um privilégio morar perto do centro de uma cidade. Nesses ambientes temos a maior oferta de produtos e serviços, o que eleva o preço de habitação desses locais. Sendo assim, só os mais privilegiados podem sustentar os custos de viver próximo dos centros urbanos.

É importante ressaltar que o alto custo de alugueis nessas regiões torna a vida do professor de arte marcial bem complicada. Apesar de ser um benefício construir sua academia em uma região central de uma cidade (ou até mesmo de um bairro), o alto gasto do aluguel torna a empreitada muito frágil.

Isso também vai afetar os alunos. Aqueles que não moram em regiões centrais têm que lidar com as logísticas de transporte urbano e acrescentar o tempo de deslocamento à sua rotina. Esse fator eleva o investimento que a pessoa tem que fazer para sustentar seus treinos e complica a organização dos horários.

 A filosofia do taoísmo sempre nos alerta que a mudança é o caminho da natureza. O fluxo da vida pode nos levar a vários lugares inesperados. Uma promoção pode te levar para outra cidade e o resultado de uma prova pode te levar a outro país. Na vida encontramos oportunidades que são irrecusáveis, principalmente quando envolvem a carreira ou os relacionamentos afetivos.

Mesmo para um praticante avançado, ter que se despedir de sua academia é uma possibilidade que a vida pode lhe apresentar. Afinal, o Tao/ Caminho, não estão sob o controle de ninguém.

Recursos

A falta de recursos é o que mais pode atrapalhar os planos de alguém para chegar na faixa preta de uma arte marcial. Na realidade, a falta de investimentos é um dos maiores problemas de qualquer professor ou artista. Na nossa sociedade capitalista, o dinheiro pode comprar quase tudo, inclusive tempo e espaço.

O professor tem que lutar para manter as contas de seu estabelecimento em dia, enquanto o aluno precisa de renda para pagar a mensalidade (que mantém o professor dando aula) e financiar seus treinos, seja na compra de equipamentos ou no deslocamento.

Com um sistema econômico capaz de deixar algumas pessoas bilionárias, é de se entristecer ao ver que muitos desistem de seus sonhos (no caso o de se dedicar a uma arte) por não terem como pagar a comida e aluguel de sua família ao mesmo tempo em que investem na arte marcial, por exemplo. Infelizmente essa escassez não permite que os menos privilegiados treinem por muitos anos, e isso se eles conseguirem começar em primeiro lugar.

Acessibilidade

A acessibilidade está ligada ao espaço/tempo e recursos de uma maneira bastante íntima. Isso ocorre porque alguns conhecimentos possuem barreiras que não são facilmente transponíveis, mesmo com o dinheiro. As artes marciais sofrem isso de uma forma bem especial.

Imagine que você quer aprender a nadar. Se sua família tiver condições de bancar uma escola, você vai encontrar diversas academias que oferecem esse serviço a um preço relativamente acessível. Dependendo da sua cidade e região, academias de musculação são comumente encontradas, cada bairro tendo pelo menos uma opção. Nesse caso, você terá que enfrentar todos os problemas de logística e investimento e o saber da natação estará “à mão”.

Todavia, nas artes marciais a situação é totalmente diferente. No Kung Fu isso só se agrava, pois existem centenas de estilos diferentes para aprender. Dessa forma, quando um praticante inicia seus treinos, mesmo que ele tenha a sorte de ter um professor próximo e a possibilidade de pagar as aulas, ele está ligado a uma linhagem de conhecimento bem específica.

Logo, quando um aluno intermediário ou avançado começa a se aprofundar em um estilo de Kung Fu, ele não poderá completar seu treinamento em outra escola qualquer. Não por não existirem outros professores de qualidade na sua cidade, mas porque a probabilidade de se encontrar na mesma região dois professores da mesma linhagem é bem menor.

Lembre-se, no Kung Fu existem centenas de estilos, como o Hung Gar ou o Shaolin do Norte. Além disso, ainda há ramificações dentro de um estilo, como é o caso do Louva-a-deus e suas vertentes: Sete Estrelas, Flor de ameixa, etc. Por isso, nas artes marciais, principalmente nas tradicionais, substituir um professor ou escola se torna uma tarefa muito difícil.

Intenção

A intenção trata da finalidade do treinamento. Cada professor, escola e aluno de arte marcial tem objetivos mais ou menos definidos. Não necessariamente toda arte marcial se baseia em lutas ou tradições antigas. Há academias onde os alunos e mestres treinam somente para campeonatos (de lutas ou formas/taolus). Em outras o foco é o desenvolvimento de virtudes e habilidades de liderança e comunicação. Algumas estão centradas na ideia de ter uma vida saudável, tanto no aspecto físico quanto mental. Há até mesmo aquelas escolas com um propósito espiritual, com a preocupação de seguir preceitos budistas.

Com tantas possibilidades, o aluno deve estar atento para alinhar seus objetivos com os de seu professor. Sem isso, ao longo dos anos o aluno pode descobrir que ele não vai chegar até onde ele queria. Essa situação é mais comum do que parece, pois muitos alunos, e alguns professores, não deixam bem claros seus objetivos (ou até mesmo não refletem sobre eles).

Assim, é importante lembrar que a faixa preta é sempre relativa a uma arte específica. Por isso, se você quer se tornar um faixa preta, é importante você saber que tipo de habilidades você está cultivando. Como essa preocupação é mais filosófica e profunda, não é incomum ter alunos avançados que se decepcionam com sua jornada ao ver que seus objetivos não estavam alinhados com a da escola.

Como superar esses desafios: uma alternativa digital

Diante de todos esses desafios é incrível que diversas pessoas consigam se tornar um faixa preta. Muitos enfrentam algumas, até mesmo todas essas adversidades, e ainda conseguem se manter firmes na prática. Contudo, não devemos tomar tais pessoas como regra. Além do mais, é possível se tornar um faixa preta de maneira menos atribulada.

A busca pela autonomia

O objetivo de qualquer um que quer obter maestria em uma arte deve ser se tornar autônomo nos seus estudos e seus treinos. Isso não significa não ter um professor ou um ponto de referência, mas sim que o aluno não depende somente de alguém de fora (ou situação específica) para treinar.

Usar a academia e incentivo de seu professor é fundamental para o aluno iniciante, afinal ele não sabe muita coisa sobre a didática ou ritmo de aula. Porém, com os alunos mais avançados, a necessidade de ter um acompanhamento constante vai diminuindo. Tanto é que em algumas escolas de artes marciais os alunos mais experientes podem auxiliar nas aulas das mais diversas maneiras, até mesmo ministrando aulas e ensinando técnicas.

As ferramentas para atingir a faixa preta de maneira autônoma

Dito isso, fica o questionamento de como é possível evitar que o espaço/tempo, a escassez de recursos, a dificuldade de acesso e o alinhamento de objetivos atrapalhem sua jornada nas artes marciais. Confira estas recomendações:

  1. Esteja totalmente consciente das barreiras que podem lhe atrapalhar. Sabendo desses obstáculos é possível tentar criar estratégias de antemão. Com isso, as chances de que alguma mudança repentina na sua rotina ou no treino atrapalhe seu sonho de se tornar um faixa preta diminuem;
  2. Utilize ao máximo as ferramentas que tornam possível a manutenção do treino, mesmo que à distância. A internet entra como uma ótima alternativa. Hoje é possível trocar conhecimentos com pessoas do outro lado do globo quase que instantaneamente. Por que não utilizar essa ferramenta no treino de uma arte marcial e se tornar um faixa preta, mesmo que você não tenha um professor fisicamente próximo?

Se você quiser saber mais sobre como isso é possível, se inscreva na nossa Newsletter e receba conteúdos sobre o Kung Fu e as infinitas possibilidades que um acompanhamento online pode lhe proporcionar!

Aprenda Kung Fu Online!

(Visitado 1.016 vezes, 1 visitas hoje)

Leave A Comment

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *