Faixas do Kung Fu: conheça as graduações da Bravo Kung Fu

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A maioria das artes marciais tem conteúdos que são subdivididos em graduações e faixas. Cada escola tem uma abordagem diferente. Algumas academias usam faixas ou cordas com cores variadas. Em geral a branca é a primeira e a preta é a última. Em outros casos não há faixas ou graduações, o que conta é o tempo de treino ou conquistas em eventos e torneios.

Nesse texto você vai conhecer o método que a Bravo Kung Fu usa para dividir seus conteúdos. Confira!

O Kung Fu tradicional

Antes de qualquer coisa, é importante definir o que é o Kung Fu tradicional. Isso vai possibilitar o entendimento dos conteúdos e deixar claro o que se aprende em uma arte marcial chinesa.

As vertentes do Kung Fu

O Kung Fu tradicional é variado e tão diverso quanto à extensão do território chinês. Assim, não há uma só verdade. Há diversos costumes e práticas que foram passadas de geração a geração. Por isso, você pode encontrar maneiras variadas de abordar a mesma arte.

Dito isso, é importante lembrar o que os vários tipos de Kung Fu têm em comum.

Em primeiro lugar, o Kung Fu tem origem na China, há mais de quatro mil anos. Desde os primórdios da cultura do Rio Amarelo existem métodos e técnicas para fortalecer o corpo e utilizar instrumentos para o combate. Com o desenvolvimento do governo e das instituições militares, sistemas de combate e doutrinas de guerra foram sendo criadas.

Em segundo, o Kung Fu é uma expressão cultural. Não é a toa que falamos em “artes marciais”. Ou seja, há uma mistura entre o combate e a cultura. Apresentações que envolviam danças e armas como a espada já eram praticadas em festivais e ocasiões especiais. Nos exércitos, as danças militares (wu wu) eram praticadas pelos soldados armados se movendo em formação.

Em terceiro lugar, o Kung Fu é uma forma de manutenção da saúde. Viver bem e por muitos anos foi sempre uma preocupação dos chineses. Muitos exercícios e práticas foram criadas com esse fim. Ginásticas e exercícios imitando animais eram recomendadas, assim como alguns remédios com minerais e ervas. Parte desses conhecimentos foi se integrando nas artes marciais chinesas.

Em suma, o Kung Fu é uma mistura de técnicas de combate, formas de expressão cultural e um sistema de práticas em prol da saúde. E tudo isso está misturado e carregado de milênios de história e tradição.

É por isso que cada escola, cada família marcial vai adotar uma ou outra técnica, vai adotar uma ou outra tradição. Não há um jeito certo ou errado. Ou um jeito que é absolutamente tradicional.

O Kung Fu é um fenômeno cultural muito complexo e todo instrutor faz um recorte do que ele aprendeu com seus mestres e estudos. Você vai entender melhor nesse texto como a Bravo Kung Fu aborda o Kung Fu tradicional e o ensina.

Uma aula de Kung Fu tradicional

Em geral nas aulas de Kung Fu tradicional encontraremos uma dinâmica bem específica dividida entre parte física e técnica. Esse é o modelo que seguimos na Bravo Kung Fu:

Parte Física

Logo no início da aula a turma fará um aquecimento. Nessa parte o foco é em preparar o corpo para a atividade, são exercícios leves, concentrados nas articulações.

Depois disso temos a ginástica. Aqui fazemos flexões, abdominais e exercícios para as costas. O objetivo é fortalecer certos grupos musculares. Em cada graduação temos um aumento do nível de dificuldade, aumentando o número de exercícios a serem executados.

 No final da parte física fazemos as aberturas e chutes. São realizados alongamentos dinâmicos simples e chutes básicos. A meta é melhorar a flexibilidade e trabalhar o equilíbrio e coordenação motora. Assim como na ginástica, a cada graduação um novo exercício é adicionado.

Parte Técnica

Na parte técnica temos o aprendizado do currículo propriamente dito. Cada faixa trará um apanhado de técnicas específicas que você verá detalhes logo abaixo. Porém, as técnicas podem ser subdivididas em algumas categorias:

  • Básicos – Eles são movimentos simples e, em geral, bilaterais. Eles servem para ensinar ao aluno habilidades corporais específicas, sem as quais seria impossível executar técnicas intermediárias e avançadas. Há básicos para o desenvolvimento do corpo ou então para o manuseio de armas brancas;
  • Formas – Essas rotinas de movimentos são os registros técnicos de qualquer estilo de Kung Fu. Nessas coreografias, o praticante aprende os golpes e defesas de um determinado sistema marcial. O treino de formas ajuda também no desenvolvimento do fôlego, força e velocidade;
  • Aplicações – Essas técnicas têm como objetivo ensinar ao praticante com aplicar em uma luta determinada sequência de golpes de uma forma. Assim, se fazem recortes da forma que são treinadas em duplas. Essa abordagem permite que os alunos treinem juntos e não se machuquem;
  • Lutas Combinadas – Aqui encontramos sequências maiores de aplicações. São praticamente lutas coreografadas que aprofundam os ensinamentos assimilados nas aplicações. Essas técnicas exigem muita coordenação e sincronia.

Os estilos de Kung Fu

O leitor que já conhece um pouco sobre as artes marciais chinesas pode estar se perguntando qual é o estilo que praticamos em nossa escola. Em uma resposta curta, estudamos o estilo Louva-a-deus Sete Estrelas.

Esse estilo é um dos mais famosos no mundo, pois seus movimentos são muito característicos e rápidos. Como o nome já diz, ao praticar esse sistema marcial, o aluno imita esse inseto. Ao adaptar os movimentos desse animal e usar suas estratégias, é possível criar métodos interessantes de combate.

Porém, como esse estilo requer muita destreza e coordenação, ele não é ensinado no início da jornada marcial. O aluno aprende nas primeiras graduações os básicos do Kung Fu, como as posturas básicas, os ataques e defesas mais comuns, além do uso de algumas armas básicas, como o bastão. Ele também aprende noções gerais sobre os vários estilos de Kung Fu.

Tudo isso é uma escolha didática para evoluir o corpo e a mente. Ao trabalhar com técnicas mais simples, o praticante consegue uma base forte e isso o torna apto a aprender estilos mais complexos com maior facilidade.

Assim, na Bravo Kung Fu, usamos um currículo inicial com várias técnicas e rotinas genéricas, que são praticadas em várias escolas de diferentes estilos. Essa abordagem é inspirada na Associação Atlética Jing Wu, que tem seu currículo básico e suas especializações baseadas em determinados estilos de Kung Fu, como o Louva-a-deus (e suas vertentes) e o Garra de Águia, por exemplo.

O sistema de faixas

Na Bravo Kung Fu utilizamos o sistema de faixas para organizar todo o nosso conteúdo. Esse método foi criado por Jigoro Kano, o fundador do judô. Ele ficou popular e hoje quase toda arte marcial trabalha com um método similar.

Essa maneira de separar o currículo é muito útil, pois ele permite:

  • Organizar a sequência de matérias, colocando os conteúdos mais básicos nas primeiras graduações para prepará-los para os níveis avançados;
  • Oferece para os professores e alunos uma maneira simples e rápida de identificar as habilidades uns nos outros;
  • Proporciona um incentivo psicológico para os alunos conquistarem novos desafios;
  • Exames de faixa são maneiras de garantir a qualidade técnica dos alunos e etc.

Cada faixa possui um conjunto de matérias que são aprendidas em uma ordem determinada. Quando o aluno termina a matéria ele pode se inscrever para o exame. Nessa prova ele mostrará sua técnica, concentração, força e agilidade (critérios para a avaliação no Kung Fu) ou sua técnica, concentração, suavidade e equilíbrio (no caso do Tai Chi Chuan). Se a nota for acima da média ele terá conquistado sua nova graduação.

O que se aprende na Bravo Kung Fu

Agora que você já sabe o que é o Kung Fu tradicional e o quão diverso as artes marciais chinesas são, é hora de saber como a Bravo Kung Fu desenvolve o corpo e a mente de seus alunos.

Faixa Branca

Na faixa branca ensinamos os básicos de posturas, socos, chutes, guardas e esquivas. Esses movimentos simples aparecem constantemente em formas e rotinas mais avançadas. Além disso, eles preparam o corpo do praticante ao fortalecer os músculos, principalmente dos membros inferiores.

Nessa faixa aprendemos o Fu Xin Chuan e algumas aplicações. Essa forma é ótima para os iniciantes, pois seus movimentos são simples e diretos.

A resistência é um exercício de força de vontade. Por isso ela é eliminatória nos exames de faixa, pois no Kung Fu é necessário ter uma mente forte. São 60 segundos na postura do cavalo que vão aumentando conforme a graduação.

  • Posturas Básicas;
  • Básicos de Socos;
  • Básico de Chutes;
  • Guardas e Esquivas;
  • Fu Xin Chuan (Punhos da Reconquista);
  • Aplicações de Fu Xin Chuan (1-3);
  • Resistência (1 minuto).

Faixa Amarela

Na segunda faixa aprendemos básicos que melhoram o alongamento e concentração. Além disso, temos o treino de cambalhotas e rolamentos. Esses exercícios trabalham o controle emocional e também o condicionamento físico.

Aprendemos a forma Zhong Yi Quan, que é simples e bilateral. O treino das aplicações segue a mesma ideia da forma. Executar técnicas espelhadas permite que a coordenação motora dos lados direitos e esquerdos seja trabalhada simultaneamente. 

Como a última matéria temos a luta combinada do Fu Xin Chuan. Assim, o entendimento técnico da forma da faixa branca é aprofundado e a sincronia e trabalho em equipe são exigidos com mais intensidade.

  • Básico de Mãos e Pés;
  • Cambalhotas e Rolamentos;
  • Zhong Yi Quan (Punhos da Lealdade e Justiça);
  • Aplicações de Zhong Yi Quan (1-6);
  • Toi Tcha (Luta Combinada) de Fu Xin Chuan;
  • Resistência (1 minuto).

Faixa Laranja

É nessa faixa que o aluno tem seu primeiro contato com as armas do Kung Fu. Aqui ele aprende a manusear o bastão e nunchako (ou em chinês: lien tien kuan), além de aprender os ataques e defesas básicas de bastão.

O praticante aprende a metade da forma Tan Tui, que é ensinada em quase todas as escolas do Louva-a-deus. Essa técnica é uma sequência de doze linhas que é, possivelmente, um legado da etnia Hui. Ela trabalha especialmente o alongamento do tronco e membros superiores. Depois da forma, temos as aplicações correspondentes.

  • Básico de Bastão Parado;
  • Luta de Bastão Parado;
  • Básico de Lien Tien Kuan (Nunchako);
  • Tan Tui (Pernas na Lagoa) 1ª Parte (1-41);
  • Aplicações de Tan Tui (1-6);
  • Resistência (1:30).

Faixa Verde

Na quarta faixa temos um foco no desenvolvimento físico do aluno. Ele aprende acrobacias básicas para desenvolver explosão muscular e o fôlego. Além disso, continuamos desenvolvendo as habilidades com o bastão.

Aprende-se também a segunda metade do Tan Tui e suas aplicações correspondentes.  Acredita-se que essa forma era um sistema marcial completo, porém ele teria se perdido e só nos restaria essa breve compilação de técnicas.

  • Chute Saltando;
  • Estrela;
  • Chute Furação;
  • Básico de Bastão Andando;
  • Luta de Bastão Andando;
  • Tan Tui (Pernas na Lagoa) 2ª Parte (41-82);
  • Aplicações de Tan Tui (7-12);
  • Resistência (1:30).

Faixa Azul

Na quinta graduação o aluno começa a ser introduzido ao estilo Louva-a-deus. Ele aprende os movimentos básicos do estilo e desenvolve a coordenação motora necessária para realizar os movimentos com precisão.

O treino com armas é aprofundado com a primeira forma de bastão e suas aplicações. Aqui o aluno usa todo o treinamento com o bastão iniciado na faixa laranja. Além disso, ele aprende a primeira forma de Lien Tien Kuan, o nunchako.

  • Básicos do Louva-a-deus: Grande Gancho, Cotovelada, Soco do Louva-a-deus, Primeira Defesa, Segunda Defesa, Ataque ao Olho;
  • Primeiro Taolu (Rotina) de Bastão;
  • Aplicações de Bastão;
  • Primeiro Taolu de Lien Tien Kuan;
  • Resistência (2:00).

Faixa Roxa

Nesse estágio o aluno já é considerado um praticante intermediário. Ele se aprofunda ainda mais no estilo Louva-a-deus, primeiro aprendendo os movimentos de pernas básicos do estilo e a forma e aplicações de Pam Pou Kiu. Essa teria sido a primeira sequência de técnicas criada pelo fundador do estilo, Wang Lang.

Além disso, o aluno aprende os fundamentos do facão, uma das armas mais usadas pelos soldados chineses e a forma Gong Li Quan e suas aplicações. O Gon Li Quan tem uma origem incerta, ele remonta pelo menos até a dinastia Qing, no período de Qianlong (por volta de 1736-1796).

  • Chutes do Louva-a-deus;
  • Básico de Facão;
  • Gong Li Quan (Punhos Fortes e Precisos);
  • Aplicações de Gong Li Quan (1-10);
  • Pam Pou Kiu (Passos Esmagadores);
  • Aplicações de Pam Pou Kiu (1-9);
  • Resistência (2:00).

Faixa Vermelha

Na faixa vermelha o aluno começa a aprender a utilizar a lança. Ele continua seu estudo do Louva-a-deus aprendendo a segunda forma e aplicações desse estilo, o Saap Ba Sou.

Em seguida ensinamos a primeira forma de facão, que põe os básicos da faixa anterior em uso e a luta combinada da forma Tan Tui, o que encerra o estudo dessa sequência de técnicas.

  • Básico de Lança;
  • Saap Ba Sou (18 monges);
  • Aplicações de Saap Ba Sou (1-10);
  • Primeiro Taolu de Facão;
  • Toi Tcha de Tan Tui (1-12);
  • Resistência (2:30).

Faixa Marrom

Aqui o aluno já pode ser considerado um praticante avançado, tanto pelo tempo de treino, quanto pelo conteúdo técnica que ele já aprendeu. Ele se aprofunda no uso da lança, ao aprender a primeira rotina com essa arma.

O estudo do estilo Louva-a-deus é ainda mais intenso, pois se aprende mais duas formas do estilo e também a luta combinada de Pam Pou Kiu.

  • Too Kon (Esquiva de Força);
  • Seun Ka Ce (Pequeno Taolu);
  • Primeiro Taolu de Lança;
  • Toi Tcha de Pam Pou Kiu;
  • Resistência (2:30).

Faixa Marrom Ponta Preta

Nesse estágio temos mais duas formas do Louva-a-deus e o segundo taolu de Lien Tien Kuan. O bastão volta e ser estudado ao aprender a luta combinada da primeira forma de Bastão.

O praticante começa a se preparar para o exame de faixa preta. Essa prova é muito difícil, pois exige do aluno maestria em todas as técnicas do currículo e também um condicionamento físico muito bem preparado.

A prova de resistência é especialmente exigente, pois é necessário ficar na posição do cavalo por 4 minutos com duas canecas cheias de água em cima dos joelhos. Esse feito só é possível com um treinamento árduo.

  • Moi Fa Ki (Flôr de Ameixa);
  • Dai Fan Che (Grande Vira Carro);
  • Segundo Taolu de Lien Tien Kuan;
  • Toi Tcha de Bastão;
  • Resistência (4:00).

Faixa Preta

Ao atingir a faixa preta o praticante já dominou os básicos das artes marciais chinesas. Porém, seu estudo só está começando.

Neste ponto do treino, o aluno já está apto a tomar decisões sobre o rumo que seu treino tomará. Ele deve escolher o foco de seu aprendizado escolhendo ser um especialista em uma área de Kung Fu ou aprender um pouco de tudo, se tornando um generalista.

Os ramos que o aluno pode escolher são:

  • Estilo Louva-a-deus;
  • Estilo Shaolin do Norte;
  • Estilos do Sul, como Hung Gar e Choy La Fut;
  • Bastão;
  • Facão;
  • Lança;
  • Espada;
  • Armas especiais, que incluem: leque, punhal duplo, Guan Dao, entre outras.

Assim, chegar na faixa preta é só o início dessa jornada que pode durar décadas. Treinar o Kung Fu é algo para a vida inteira, pois nunca chegaremos à perfeição. O que devemos fazer como artistas marciais é sempre buscá-la, mesmo que ela seja inalcançável.

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