Jonas Bravo – Minha história nas artes marciais – Parte 1

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Nesse texto você vai conhecer a história de Jonas Bravo. Ao conhecer melhor a biografia de uma pessoa fica mais fácil de entender as ações dela. Saiba o que está por trás da criação da Bravo Kung Fu!

Quem é Jonas Bravo

Nasci em Belo Horizonte, Minas Gerais. Minha infância nos anos 90 foi tranquila e recheada de boas memórias. Sempre gostei de histórias, sejam elas ficcionais ou não, e artes. Minha primeira paixão foi o desenho (especialmente reproduzir meus personagens prediletos de animes). Mais tarde, passei a produzir pequenas esculturas de madeira.

Logo depois de terminar o ensino médio estudei na faculdade Filosofia. Fui professor dessa disciplina nos ensinos fundamentais, médio e no EJA.  Ao mesmo tempo eu me encontrava no Kung Fu e me decidia por dar aulas de artes marciais como meu trabalho principal.

Assim comecei a dar aulas na minha antiga escola de Kung Fu e participei da criação da unidade Padre Eustáquio, me tornando sócio da academia. Foi um período cheio de altos e baixos, que culminou na criação da Bravo Kung Fu.

O primeiro contato com as artes marciais – O Taekwondo

Antes de treinar Kung Fu eu já tinha dedicado anos ao Taekwondo em uma escola que ficava no Sesc Carlos Prates. Treinei por cinco anos junto de meu irmão e um primo, avançando até a faixa vermelha, a penúltima antes da preta.  Fazer uma arte marcial durante a adolescência foi essencial para meu desenvolvimento pessoal. Sobrepeso, depressão e bullying foram problemas menores com os meus treinos.

 

Meu exame de Faixa Verde, em meados de 2003

Meu professor, Hélio, trabalhava ao mesmo tempo em que dava aulas. Seu carinho e preocupação genuína com o meu desenvolvimento me marcaram de maneira muito profunda. Foi com ele que aprendi a ser aluno e a aprender. Sem a humildade de entender que não se sabe de algo, não se pode aprender nada novo.

Infelizmente, quando eu estava no terceiro ano do ensino médio, ele teve que fechar a escola na qual treinávamos. O trabalho exigiria que ele fosse para outras partes do Brasil. Contudo eu e meu irmão poderíamos continuar nosso treino em outra academia, com um discípulo do mestre do meu professor.

Mesmo com essa opção eu não me adaptei na nova escola. Quem já treinou uma arte marcial sabe que há um jogo de ego muito grande, dois graduados aparecendo de repente na turma pode ser complicado em algumas dinâmicas sociais. O contexto de estar no final do ensino médio, me preparando para o vestibular, só agravou esse incômodo.  Isso tudo levou a minha desistência dos treinos.

Uma pausa nos treinos – A filosofia

Em 2008 ingressei no curso de Filosofia, na UFMG. Na época, eu estava decidido a fazer algo que pudesse trazer algum impacto positivo para as pessoas e a educação me pareceu a melhor maneira de fazer isso. Meu interesse sobre as histórias das culturas antigas e o gosto por uma boa discussão me levaram a escolher esse curso. Desde o princípio eu já pensava em dar aulas no ensino médio, achei que minha retribuição à sociedade por poder estudar em uma universidade pública seria melhor aproveitada assim.

Na faculdade comecei a me aprofundar na arte de aprender. Os professores do curso são muito bons e ensinaram a mim e aos meus colegas como ler textos filosóficos e acadêmicos. No entanto, ao conhecer melhor a vida acadêmica, me certifiquei de que ela não seria o que me traria realização profissional.

Cresci muito nesse período. O curso de filosofia foi muito importante para me ensinar a buscar o princípio das coisas, especialmente das nossas crenças e atitudes. Meu problema filosófico predileto, que me chamava mais a atenção, era o de como ser feliz. Como encontrar a felicidade em um mundo onde nossas vontades nem sempre podem ser satisfeitas.

Na filosofia helenística, especialmente o epicurismo e estoicismo, encontrei minhas maiores fontes de inspiração. Essas filosofias, apesar de terem suas nuances próprias, nos chamam a atenção para a importância do autoconhecimento e autocuidado na busca por uma vida plena e feliz.

Foi no antepenúltimo período na faculdade que tive a oportunidade de estudar a filosofia chinesa, em uma disciplina completamente inédita na UFMG. Pude me aprofundar nas filosofias taoistas e confuicionistas. Eu ainda não sabia que esses seriam meus maiores temas de estudo no futuro.

Exercendo minha paixão: As primeiras experiências como professor

Chegando aos últimos meses de estudo na faculdade eu me preparava para dar aulas em escolas. Além de filosofia, ensinei brevemente inglês em cursinhos. Logo depois de formar, comecei a dar aulas em escolas públicas e particulares, do ensino fundamental ao EJA.

Essa época foi uma mistura de sentimentos. Por um lado, ensinar é muito gratificante. Ver o brilho nos olhos de uma pessoa que acabou de descobrir algo novo é uma sensação de prazer que só pais e professores entendem. Contudo, paradoxalmente, essa também é uma profissão ingrata no Brasil.

No Estado, eu encontrava alunos sem condições de estudarem, muitos com jornadas duplas, ou triplas, tendo que cuidar dos irmãos ao mesmo tempo em que trabalhavam e estudavam.  Além disso, nessas escolas não havia suporte psicológico ou afins, nem para os alunos e nem para os professores.

Nas escolas particulares encontrei condições de trabalho um pouco melhores, porém com a mesma desvalorização salarial do ensino público. Ironicamente, nesse contexto, o que mais me incomodou na minha vivência de professor no sistema particular foi um embate entre os pais e professores. A direção da escola tentava mediar esses conflitos, no entanto o que se via era uma preocupação maior com a mensalidade do aluno do que com o desenvolvimento cognitivo deles.

Nesse cenário eu entrei em um grande conflito, pois eu sabia que estava fazendo uma diferença na vida de vários alunos, mesmo assim eu não me sentia plenamente realizado. No entanto, essa diferença na vida deles era muito variável, diversas vezes eu sentia como se eu nadasse contra a correnteza dando aula para pessoas desinteressadas que não queriam aprender o que eu tinha para ensinar.

Na próxima parte da minha biografia vamos acompanhar meu trajeto no Kung Fu e como me apaixonei pela arte! Esse é um capítulo essencial na minha vida que mudou minha forma de ver o ensino e as pessoas.

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2 Comments

  1. ANDRE LUIZ ALVES DE SOUZA janeiro 28, 2021 at 23:00

    Muito bom compartilhar sua trajetoria Jonas. Com certeza mtos jovens vao se identificar.

    De professor de filosofia a professor de artes marciais e empreendedor. Mto legal.

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    1. Jonas Bravo fevereiro 3, 2021 at 13:18

      Eu que agradeço o apoio, André!

      Reply

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