Confúcio – Acompanhe a vida do maior filósofo chinês

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Confúcio foi um dos maiores pensadores chinês. Ele dedicou sua vida à política e ao ensino. Sua filosofia se baseia na importância da educação, respeito às tradições e serviço à comunidade. Entendê-lo é fundamental para acompanhar a história do pensamento chinês. Nesse texto, você vai aprender mais sobre a vida desse filósofo!

Quem era esse pensador?

Confúcio significa Mestre Kong (Kǒng Fūzǐ) e é um nome usado pelos missionários jesuítas para se referir ao filósofo. Kǒng é o nome de sua família e seu nome de nascença era Qiu. Porém na vida adulta ele era conhecido como Zhòngní.

Origem

Nascido no estado de Lu, em aproximadamente 551 a.C., em uma família da classe dos Shi (uma classe em ascensão, intermediária entre a nobreza guerreira e os camponeses e artesãos), Confúcio era de origens humildes. Ele teve uma educação formal e aprendeu as “Seis Artes”:

  • Ritos;
  • Música;
  • Tiro com Arco;
  • Manuseio do Carro de Guerra;
  • Caligrafia;
  • Matemática.

Kong He, pai de Confúcio, morreu três anos após seu filho nascer. Yan Zhengzai teve que cuidar de seu filho em situação de pobreza. Desde cedo, Confúcio teve que trabalhar. Ele exerceu cargos como: pastor de ovelhas, bibliotecário e funcionário do governo. Casou-se aos 19 anos com uma mulher chamada Qiguan. O casal teve dois filhos. Aos 23, Confúcio perdeu sua mãe e usou todos os seus ganhos para pagar um funeral digno para ela.

A carreira política de Confúcio

Aos poucos, o pensador foi subindo na hierarquia governamental. Alguns dos senhores que governavam Lu passaram a valorizar os ensinamentos de Confúcio, como a ideia da conduta correta. Ele chegou a se torna ministro da Justiça de Lu.

Porém, Confúcio se decepcionou com seus governantes. Ele acreditava que eles tinham perdido o interesse em governar para o povo e seguir o “Mandato de Céu” para cumprir seus interesses privados. Por volta de 497 a.C., Confúcio se auto exilou, abandonando Lu por vários anos.

Há versões sobre seu exilio que contam que o filósofo foi forçado a abandonar seu cargo por conta de seus vários inimigos. Seu sucesso teria sido mal visto por alguns nobres. Assim, ele precisou se salvar.

No entanto, há uma versão que defende que na verdade, Confúcio ficou cansado da vida política. Ele percebeu que ela só seria possível se ele se aliasse e firmasse compromissos com pessoas de pouco valor moral.

Ele passou pouco mais de uma década procurando governantes de valor, que pudessem usar de seus conselhos para liderar seu povo de forma digna. Aparentemente ele não foi bem sucedido e retornou com aproximadamente 68 anos para Lu.

O legado de Confúcio

Em seus últimos anos de vida, Confúcio passou sua sabedoria a dezenas de discípulos. Sua influência na cultura chinesa foi tão grande que por muitos anos os textos, como os “Seis Clássicos” (alguns estudiosos fazem outra organização, falando de Cinco Clássicos), foram atribuídos a ele.

Os mais citados por Confúcio são os Seis Clássicos (jing, catalogados no início dos Han II a.C.):

  1. Livro dos Documentos (Shu) – o estudo da política
  2. Livro das Odes (Shi) – expressão por excelência do lirismo
  3. Tratado dos Ritos (Li) – estudo da conduta
  4. Livro da Música (Yue) – estudo da harmonia
  5. Livro das Mutações (Yi) – estudo do futuro
  6. Anais das Primaveras e Outonos (Chunqiu) – estudo do governo da humanidade

Porém, com o tempo as obras clássicas foram datas bem anteriores a Confúcio. Isso é provado pelo fato da filosofia confucionista ser em grande parte inspirada nesses textos. O texto mais famoso que exprime o pensamento confuciano é o Analectos. Essa obra é um compilado de falas curtas de Confúcio que teriam sido ditas em aulas.

A filosofia confucionista

Muitas vezes a filosofia de Confúcio é confundida com uma religião. De fato, há pessoas que seguem essa filosofia como se assim o fosse, porém isso não tira o peso racional e argumentativo de suas posições filosóficas.

O confucionismo se baseia em muitos conceitos da cultura chinesa. A importância do culto ancestral, dos ritos e sacrifícios se encontram no pensamento confuciano, porém tais ideias têm um peso muito mais político e ético do que religioso. Essa filosofia faz referência às divindades, porém não há discussões sobre a natureza da alma, por exemplo.

O aprender

O ser humano e sua capacidade de aprender são os pontos mais importantes para Confúcio. Ele repete em diversas falas nos Analectos que o aprendizado é o que há de mais nobre no ser humano e que não há prazer maior em aprender.

O aprendizado é tão importante que sem ele nem nos tornaríamos humanos. Isso se deve ao fato do ser humano ter que ser introduzido na cultura quando ele nasce. Confúcio entende que o aprendizado é para a vida inteira. Estamos sempre aprendendo novas habilidades e entendendo como nos comportar diante das outras pessoas.

O senso de humanidade

O aprendizado é sempre mediado por outro ser humano. O estudo depende de alguém, seja um professor, seja de um livro. A partir daí, Confúcio dá um significado especial ao conceito Ren, que é o senso de humanidade ou a qualidade humana.

O Ren é o que torna os humanos seres morais. Desde quando nascemos vivemos em grupos. Primeiro lidamos com nossa família, depois com as pessoas da nossa cidade e enfim temos que aprender sobre as leis do governo.

A estrutura hierárquica da sociedade é um reflexo da estrutura familiar. Por isso, o confucionismo coloca a relação entre pais e filhos como sendo fundamental. Os pais cuidam dos filhos até que eles cresçam. Em contrapartida, quando idosos, os filhos cuidam dos pais.

Essa reciprocidade encontrada na família deve acontecer com relação ao estado e seus súditos. Assim, o governante deve cuidar dos seus súditos como um pai ou mãe cuida dos filhos e vice versa. Sem essa reciprocidade não haveria a harmonia necessária para um bom governo.

O espírito ritual

E por fim, o terceiro conceito basilar dessa filosofia é o espirito ritual (Li). É pelos ritos que o ser humano interioriza o Ren. O ritual expressa a relação humana ao demonstrar por meio de ações o respeito que há entre um e outro.

Isso pode ser exemplificado pela tradição oriental de fazer uma reverência ao encontrar outras pessoas. O ato de reverenciar por si só não é importante, afinal tal ato poderia ser somente um fingimento. O que importa é a intenção mental da pessoa que faz a reverência.

O rito deve ser somente um reflexo do respeito que temos uns pelos outros. Nesse sentido a filosofia confucionista pode ser confundida como religião, pois rituais tem uma grande importância em qualquer religião, facilitando a confusão.

No entanto, a diferença é que nas religiões o respeito é baseado na divindade e em seu poder sobrenatural. Já na filosofia confucionista, o respeito é baseado no fato de que precisamos uns dos outros para viver e aprender, ele tem um aspecto moral e social.

O objetivo da filosofia de Confúcio

Assim, a filosofia de Confúcio tem como objetivo orientar as pessoas a se tornem junzi, ou seja, humanos elevados. Essas pessoas seriam aquelas que entendem que sempre há algo novo a se aprender, que não podemos nos considerar superiores do que outras pessoas e que é por meio de nossas ações que garantimos o respeito e a boa conduta de todos.

Ser um junzi é um esforço contínuo que nunca termina. É cultivar em nossos corações a própria humanidade, se responsabilizando por aqueles que estão iniciando o caminho e nos inspirando naqueles que já estão mais à frente.

Todas essas ideias foram transmitidas por gerações. Todos os pensadores chineses que vieram depois de Confúcio fazem referência a ele. Assim, grande parte da história do pensamento chinês, dialoga com o confucionismo, concordando, discordando e muitas vezes o adaptando.

Até mesmo no séc. XXI, encontraremos chineses que seguem firmemente os princípios confucionistas. Essa filosofia, apesar de antiga, ainda tem um viés muito prático que pode ser aplicado para cultivar o conhecimento e boas relações sociais e políticas.

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