A mais longa das dinastias chinesas

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A Dinastia Zhou (1046 a.C. – 256 a.C.)

Os Zhou eram um povo guerreiro
que vivia na região Guangzhong (região da moderna Shanxii). O rei Wen foi um
grande líder que expandiu o poderio do reino. Seu filho, Wu, derrotou os Shang
e subjulgou seus governantes. Após isso foi instituída uma dinastia que duraria
oito séculos.

Neste texto você vai acompanhar a
história e cultura desse reinado que fundamentou toda a visão chinesa sobre a
política.

Os Zhou Ocidentais (1046-771 a.C.)

Após sua vitória, o rei Wu
estabeleceu a capital de seu governo em Haojing (também conhecida como
Zongzhou). Porém ele morreu poucos anos depois de sua conquista, deixando um
filho muito jovem para assumir o cargo de monarca.

Território dos Zhou Ocidentais

O irmão mais novo de Wu, o Duque
de Zhou, se tornou regente e foi responsável por consolidar o poder da
dinastia. Ele criou um sistema de organização política chamado Fengjian. Esse sistema tem semelhanças
com o sistema feudal visto no mundo ocidental.

Os líderes dos Zhou dariam terras
para guerreiros e familiares próximos da corte. Os vassalos deveriam proteger e
administrar as terras. Cada indivíduo tinha uma função nesse modelo econômico.

Essa abordagem com a
administração era completamente descentralizada, o que deu autonomia para cada
uma das províncias do reino de Zhou. Com as gerações isso só enfraqueceria o
poder real.

A organização social Zhou

A cultura Zhou adotou muitas das
práticas e costumes dos Shang. Há interpretações que dizem que os Zhou já eram
próximos culturalmente dos conquistados ou então eles poderiam ter adotado seus
costumes para facilitar o processo de dominação.

Dessa forma, toda a estrutura
social era voltada para a figura do rei, que era tanto política quanto
religiosa. Essa proximidade do modelo Shang de pensamento não significa que o
contado da cultura dessas dinastias chinesas foi sem transformações. Na cultura
Shang a divindade suprema, o “Soberano do Alto” tinha uma conotação mais
pessoal. Porém, no período Zhou, a noção de tian,
o “Céu”, carregava um sentido mais impessoal.

A sociedade Zhou tinha como
princípios:

  1. A
    realeza de seus governantes (ou seja, ligação com algum personagem
    histórico/mitológico de alta estima);
  2. Hereditariedade
    de títulos e funções e;
  3. Poder
    central de um rei que é uma conexão direta com a divindade principal: o Céu (Tian).

O sistema Zhou era centrado na
ideia de família, os clãs e seus aliados íntimos, ligados a um monarca, que
teria uma ligação ancestral com as linhagens dos heróis culturais. Esses heróis
são aqueles que realizaram grandes avanços, como a invenção de uma ferramenta
ou técnica. A ligação com figuras importantes era uma maneira de legitimar o
poder de seus (supostos) descendentes.

Essa forma de governo foi
essencial para fundamentar a noção chinesa de nação: em chinês moderno estado =
guojia, “país-casa”. Pois ela era voltada para a família real e as
famílias de seus aliados. O rei delegava aos seus vassalos a tarefa de
administrar certas regiões e estes contavam com o monarca para realizar os ritos
divinatórios.

Somente o Rei estava conectado
com o Céu diretamente. Sendo assim, ele era chama de “Filho do Céu” (tianzi).

A base política das dinastias chinesas

A partir da ideia de que o
governante é ligado à divindade suprema surge a ideia de que o “Filho do Céu”
tem um “Mandato do Céu”, ou seja, eles tem um dever a cumprir. Essa tarefa do
governante seria o de garantir o bem-estar do povo.

Quando o monarca deixa de cumprir
com seus deveres o Céu se manifesta através de catástrofes naturais e conflitos.
A desarmonia do reino só pode ser resolvida por meio da substituição do Filho
do Céu. O Céu enviaria um novo Filho que assumiria o Mandato.

É com essa lógica que os Zhou
justificam sua tomada de poder e legitimam seu exercício. Para que os novos
governantes justificassem a retirada de um rei ligado à divindade suprema era
preciso usar de um argumento associado à religião. Ao criar a ideia de Mandato
do Céu se criou um precedente para a mudança de dinastias por meio da conquista.

Esse mesmo raciocínio foi
utilizado toda vez que houve uma mudança de poder na China. Se os governantes
não estão conseguindo dar conta do seu dever, o infortúnio virá e assolará a
nação. Somente um novo líder poderá equilibrar seu país.

A queda da dinastia Zhou (771- 256 a.C.)

A dinastia Zhou Ocidental acabou
em 771 a.C. quando um grupo nômade saqueou a capital Hanjing. Dali, os
sobreviventes fundaram uma nova capital em Louyi, mais ao leste da China. Assim
era fundada o reinado Zhou Oriental.

Território dos Zhou Orientais

A partir desse ponto o poder da
dinastia só diminuiria. O sistema Fengjian
acabou por tirar dos monarcas o poder sobre as regiões mais distantes da
capital. As províncias externas ficavam mais fortes e afastadas do poder real.

Por mais que os primeiros líderes
dos Zhou tivessem escolhido pessoas confiáveis para assumir posições de comando,
o tempo e a distância levou as gerações futuras a se afastarem mais e mais do
Rei.

Em algumas gerações o poder do
Rei era sustentado apenas pelo papel dele nos rituais. Isso foi o que permitiu
que a dinastia Zhou perdurasse por cinco séculos, mesmo sem poder politico e
militar. Nos anos finais o Rei Zhou era apenas um símbolo e não tomava as decisões
sobre o reino. Pelo contrário, o rei geralmente tinha que buscar seus vassalos
para pedir apoio.

Eventualmente o reinado Zhou era apenas um apunhalado de províncias que se tornaram independentes e que disputavam o poder entre si. Esse estado de batalhas constantes só terminaria com a unificação da China por Qin, em 221 a.C. Essa unificação mudaria completamente a história das dinastias chinesas.

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