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Muitos ocidentais percebem o extremo oriente como um lugar místico, cheio de mistérios. Esse fascínio é muito mais antigo que a série Kung Fu (1972-1975) ou os filmes de Bruce Lee (1940-1973). Ele pode ser rastreado do séc. XIII até a atualidade. O Kung Fu é um dos maiores legados dessa admiração, que ao mesmo tempo admira e ignora pontos cruciais da cultura chinesa.
Descubra no nosso texto as histórias e livros que po
voaram a mente dos europeus da era medieval, moderna e contemporânea.
1 – Marco Polo: a referência mais caricata sobre a China
O primeiro contato impactante do
ocidente com a cultura oriental foi no séc. XIII, quando Marco Polo, preso em
Gênova, conta suas aventuras para o escritor Rusticiano de Pisa. Foi desse
encontro que surgiu o Livro das
Maravilhas: A Descrição do Mundo.
Nessa obra acompanhamos Marco nas suas viagens pelo oriente e de sua estadia na corte de Kublai Khan. Apesar de haver muitas dúvidas sobre a veracidade desse relato (tanto na época em que o livro foi escrito, quanto nos séculos posteriores), pesquisadores como Hans Ulrich Vogel, Universidade de Tubinga, defendem que ele é bem confiável.
2 – As navegações, o comércio e a troca cultural
No séc. XVI as grandes navegações
fomentam o contato entre a Europa e o oriente, especialmente a China. A movimentação
de pessoas e mercadorias entre a Ásia e Europa já acontecia. Porém, no auge da
Era do Descobrimento, encontramos muitas ocorrências de contato entre as
culturas ocidentais e orientais.
Essa relação não era sempre amigável. Os
chineses da dinastia Ming eram, em geral, xenófobos e viam com desdem outras
culturas. Os Portuguêses, por exemplo, tiveram que enfretar a marinha imperal
muitas vezes antes de intalarem um posto comercial em Macau.
Os europeus viam a China com grande respeito já que, na época, o império chinês era extremamente poderoso e se fazia presente em terra e em alto mar. Além disso, a cultura chinesa era considerada extremamente avançada.
3 – Chinoiserie; a influência da cultura oriental na Europa
Chinoiserie é o nome de um movimento
cultural da Europa que se espalhou pelo mundo. Com o aumento do comécio com o
oriente mais e mais objetos e obras de artes entravam no cotidiano europeu.
Mesmo assim, poucos europeus tinham contato com qualquer nação do oriente. Isso
provocou uma visão cheia de misticismo sobre os povos do leste.
No séc. XVIII, o auge desse fenômeno, as elites europeias estavam fascinadas pela cultura chinesa (nessa época os termos “China”, “extremo oriente” ou “oriental” eram usados como equivalentes). Todo o mistério envolvendo uma civilização antiga e poderosa chamou a atenção de muitos artistas que tentavam imitar traços da cultura chinesa.
A longevidade da cultura chinesa também
chamou a atenção de filósofos e pensadores. Eles ficaram admirados com sua
grande sofisticação cultural e faziam comparações frequentes entre oriente e
ocidente. Voltaire, na
sua obra Art de la Chine comenta:
“O fato permanece que, quatro mil anos atrás, quando nós [europeus] não sabíamos ler, eles [os chineses] sabiam tudo que era essencialmente útil daquilo que nós nos gabamos hoje”.
Também encontramos mais trabalhos
acadêmicos sobre a China. Provavelmente, devido à maior disponibilidade de
informações proporcionadas pelo comércio e trocas culturais.
Em Paris, o jesuíta Jean Joseph Marie Amiot publica o Mémoires Concernant l’Histoire, lês Sciences ET lês Arts des Chinois (15 volumes, 1776-1789). O missionário Pierre-Martial Cibot (1727-1780) provavelmente ajudou Amiot a escrever essa enciclopédia. Nesses textos temos a primeira menção do ocidente sobre o Kung Fu. Porém, ele é associado mais à medicina do que à arte marcial.
4 – O Japão ofusca a China; a decadência da influência chinesa sobre o ocidente
No séc. XIX os olhares dos europeus se focam no Japão. Como esse país
passou por uma rápida modernização, ele chamou a atenção dos poderes
ocidentais. Cada vez mais a economia japonesa cresce com a industrialização.
Isso também levou a cultura nipônica para o mundo.
A China, por outro lado, teve uma queda no apreço europeu. Grande parte
disso se dá pela elite chinesa governante que era muito arrogante e xenófoba.
Isso tudo fica mais grave pela evidente inferioridade militar da China perante
as potências europeias. O historiador Florentino Rodao diz que o povo chinês
passa a ser mal visto na Europa e são chamados de os “homens doentes da Ásia”.
Assim, as artes marciais japonesas foram as primeiras a serem exportadas
para o ocidente. Os ocidentais viam o judô e o jiujitsu como artes antigas, criadas pelos samurais e aperfeiçoadas
com o conhecimento científico do corpo humano.
Nesse contexto de expansão e organização dos esportes ocidentais, as
artes japonesas foram levadas no embalo. As artes chinesas, no entanto, foram
desprezadas por serem consideradas obsoletas e fruto de uma cultura decadente.
Arthur Ignatius Conan Doyle (1859-1930), autor dos clássicos de Sherlock Holmes, é um dos primeiros autores a colocar as artes marciais orientais em obras de arte. Ele conta como Holmes derrotou Moriarty usando bartitsu, uma arte marcial influenciada pelo jiujitsu.
5 – A popularização do Kung Fu e o New Age (Nova Era)
No séc XX
muitos entusiastas dos esportes e artes marciais se dedicaram ao boxe inglês ou
às artes japonesas. Em parte pela má fama das artes chinesas. Por outro lado,
havia também uma relutância dos emigrantes chineses em ensinar pessoas de
outras etnias. Isso pode ser explicado pelo racismo sofrido por eles ao
chegarem a outros países e pela postura xenófoba comum na cultura chinesa.
Em 1960 temos o
movimento New Age que volta a ver no oriente uma fonte de sabedoria e conexão
com a espiritualidade. O Kung Fu casou bem com esse espírito e ficou mais conhecido.
Como consequência, o cinema e TV souberam aproveitar bem o contexto da época e
usaram o Kung Fu como uma maneira de capitalizar em cima da espiritualidade New
Age. Além disso, Bruce Lee se tornou um fenômeno mundial e conseguiu levar as
artes marciais chinesas para o mundo globalizado.
Você também admira a cultura oriental? Conte-nos mais nos comentários e nos diga qual é o aspecto dessa cultura que mais lhe chama a atenção.
Beba direto da fonte!
Para explorar a fundo qualquer conhecimento é preciso buscar as fontes originais. Sem isso é impossível saber se o conhecimento é confiável ou não.
Esse texto é, em grande parte, baseado no seguinte livro:
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