Confúcio – Aprender, o primeiro pilar do confucionismo

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Para Confúcio os seres humanos são perfectíveis, ou seja, eles podem ficar cada vez melhores no que fazem. Assim, a educação tem um papel especial na filosofia confucionista. Nesse texto, você vai entender como o aprendizado é visto por esse pensador.

Aprender é uma experiência de vida

Confúcio, nos Analectos, sempre fala da importância da educação na formação de uma pessoa. Para ele o ser humano só pode se desenvolver pelo estudo constante. A cultura tem um papel muito relevante, pois ela é o apanhado de conhecimento dos nossos ancestrais.

No confucionismo, a relação entre quem ensina e aprende é dinâmica e sempre em conjunto, pois o saber é algo que é compartilhado com os outros.  Sempre aprendemos com alguém, até mesmo quando lemos um livro.

Confúcio fala no Analectos (VII, 21):

“Quando se passeia, mesmo que só a três,

cada um está seguro de encontrar no outro um mestre,

considerando o que há de bom para imitá-lo e

o que há de mau para corrigi-lo em si mesmo”

Nessa passagem percebemos que o aprendizado se dá entre todas as pessoas. A diversidade de conhecimentos da cultura é grande demais para uma só pessoa saber, por isso temos que nos ajudar sendo mestres por algumas vezes e em outras horas sendo aprendizes.

Por isso o aprendizado não é algo que só fazemos só para poder trabalhar ou em determinadas horas. Aprendemos e ensinamos o tempo todo. O aprendizado deve ser algo completo que está integrado em nossas vidas.

O objetivo prático da Educação para Confúcio

Por mais que a teoria seja importante para o conhecimento, Confúcio entende que todo saber deve ter um objetivo prático. Para o filósofo, saber como é mais importante que saber que.

No plano individual, por exemplo, aprendemos as coisas, pois precisamos de abrigo, alimento e etc. Assim, o objetivo da educação nesse primeiro momento é bem pragmático. Esses saberes acumulados por gerações devem ser estudados por todos nós, afinal precisamos deles para sobreviver.

No plano político, o sentido do aprendizado se dá no serviço à comunidade. Já no plano moral a ideia é tornar-se um bom ser humano. Os aspectos políticos e morais do aprendizado são fundamentais no confucionismo.

 A autoridade do soberano sobre seus súditos só é justificada se o soberano cumpre seu papel de protetor da comunidade. Em contrapartida a moralidade do indivíduo o faz agir de acordo com o melhor para a comunidade e não só o que lhe trará benefício individualmente.

Confúcio reconhece que as elites tem um dever, um compromisso com o povo, justamente pelo fato deles terem o privilégio de uma educação formal e de qualidade. Assim, as elites devem usar seus conhecimentos para o bom funcionamento da vida em sociedade, garantindo a harmonia entre todos.

Aprender a ser humano: a meta confucionista

Seguindo essa lógica, Confúcio resignifica o conceito de Junzi. Originalmente esse termo era usado para se referir ao “filho de senhor”, era uma qualidade das pessoas nobres. Porém, o confucionismo usa o termo para descrever um ideal regulador: o ser humano completo, a pessoa elevada.

“A pessoa elevada (junzi) conhece a retidão,

a pessoa de baixa condição (xiaoren) não conhece senão o lucro” (IV, 16).

Assim, junzi, é a qualidade de um ser humano que estudou a fundo os vários assuntos da cultura e natureza atingindo um grau de conhecimento que o eleva acima das pessoas comuns. O Junzi é a “pessoa elevada”, aquela que deseja a harmonia do povo e avançar o conhecimento que a humanidade possui.

O contrário do junzi, o xiaoren, ou pessoa de espírito pequeno, é aquele que só se importa com aquilo que está logo à sua frente. Ele não se importa com as outras pessoas, pois ele ainda não é capaz de compreender toda a malha de relações que o sustentam na sociedade.

“A pessoa elevada é imparcial e visa o universal; a pessoa de baixa condição,

ignorando o universal, fecha-se no sectário” (II, 14).

Na mente ocidental a teoria e a prática são duas coisas bem distintas. Uma coisa é entender arte, outra coisa é fazer. Isso se reflete no nosso método de ensino também. Quando vamos nas escolas temos muitas aulas teóricas, o que nos leva a questionar se realmente nossas crianças estão aprendendo alguma coisa.

A tradição chinesa que se baseia no confucionismo também reflete isso no método de ensino de artes tradicionais, como o Kung Fu. Acesse nossa página no Facebook e descubra mais sobre a filosofia e cultura chinesa!

Beba direto da fonte!

Para explorar a fundo qualquer conhecimento é preciso buscar as fontes originais. Sem isso é impossível saber se o conhecimento é confiável ou não. 

Esse texto é, em grande parte, baseado no seguinte livro:

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