Como ser feliz – 7 coisas que você precisa saber

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Talvez a única coisa que todo ser humano concorda é que queremos ser felizes. A busca pela felicidade é um assunto muito recorrente na filosofia do período helenístico (323 a.C. até 146 a.C.). Os filósofos gregos tentaram responder à questão “como ser feliz?” de várias formas.

Uma dessas respostas foi dada por Epicuro, de Samos (341-270 a.C.). Ele elaborou uma doutrina filosófica própria. Para ele e seus discípulos a finalidade da vida era a felicidade. E a felicidade era entendida por eles como a ausência de dor no corpo (aponia) e de perturbações da alma (ataraxia).

Como ser feliz

Se você espera encontrar uma fórmula mágica ou passos simples para a felicidade, esqueça! Para ser feliz, de acordo com a filosofia desse período, era preciso estudo, esforço e uma vida bem regrada.

Atingir um estado de plenitude onde não há perturbação só poderia vir de uma disciplina consistente e estudos frequentes. Por isso as recomendações que você verá a seguir não são fáceis de seguir.

Você vai ver que elas são bastante lógicas e bem fundamentadas. Porém, para aplicá-las, você terá que aceitar que a felicidade deve ser conquistada e bem cuidada. Para obter algo tão valioso não poderia ser diferente.

1- Busque o prazer

O prazer é o bem maior para os epicuristas. Não há nada que desejemos mais do que sentir sensações agradáveis. Sendo assim, quem quer ser feliz quer ter prazer.

Mas esse raciocínio não significa que qualquer prazer deva ser buscado a qualquer custo. “Há ocasiões em que evitamos muitos prazeres, quando deles advém efeitos o mais das vezes desagradáveis”. Por isso, por mais que ficar sentado o dia inteiro no sofá vendo Netflix seja prazeroso, ninguém diria que esse prazer é o melhor e mais importante da nossa vida. Além disso, uma vida sedentária e antissocial pode trazer vários males ao corpo e alma.

O que consideramos algo bom e totalmente desejável, sem restrição, é o prazer que a “paz de espírito” (nesse caso é a aponia e ataraxia) pode proporcionar. É uma calma na alma muito mais elevada que qualquer prazer carnal, por exemplo.

2- Fuja das dores certas

E se o prazer é o maior bem na vida a dor é o maior mal. De fato, somos programados biologicamente para nos afastar da dor. Mesmo antes dos estudos científicos sobre a dor e o comportamento humano, os antigos sábios já sabiam que nosso instinto é o de nos proteger. Daí vem a conclusão de que a dor é algo que devemos evitar de provocar em nós mesmos e nos outros.

Entretanto, nos deparamos com um enorme problema: se corrermos de toda a dor não poderemos nos desenvolver, em nenhum sentido, pois em geral “crescer dói”.  Se, para evitar a dor, tomamos a decisão de deixar de viver certas coisas estaremos nos condenando a um sofrimento muito maior.

Por isso os epicuristas consideram “muitos sofrimentos preferíveis aos prazeres, se um prazer maior advier depois de suportarmos essas dores por muito tempo”. Esse frase se exemplifica para qualquer esforço que alguém faz na vida. O atleta sofre grandes dores físicas para desenvolver sua habilidade. Quem estuda para uma prova ou desafio abdica de diversos prazeres em prol do sucesso.

3- Viva o presente

Talvez a condição mental mais comum de ser mencionada em uma conversa cotidiana sobre a vida contemporânea seja a frase: “estou muito ansioso”. Existe um mal estar geral na população urbana que nos impede de focar no presente e nos faz sofrer por antecipação.

No período helenístico havia um mal estar similar na Grécia. O povo vivia com medo de uma morte violenta e da fúria dos deuses (muitas vezes representada por catástrofes naturais e guerras). Com esse cenário, os filósofos se preocuparam em abordar o tema para tentar achar uma solução.

Para os epicuristas não deveríamos temer os deuses e nem a morte. Epicuro crê nos deuses, mas ele tem ainda mais convicção de que seres imortais e totalmente perfeitos não se rebaixariam ao nível dos mortais, interferindo nos seus assuntos.

Já sobre a morte, ele afirma que ela “para nós não é nada, visto que todo bem e todo mal residem nas sensações, e a morte é justamente a privação das sensações”. Além disso, o medo da morte está ligado ao medo do futuro incerto, um amanhã que não chegou, que no entanto, nos ameaça.

Para aplacar a ansiedade Epicuro recomenda nunca esquecer “de que o futuro não é nem totalmente nosso, nem totalmente não nosso, para não sermos obrigados a esperá-lo como se estivesse por vir com toda certeza, nem nos desesperarmos como se não estivesse por vir jamais”.

Estátua de Heródoto, historiador grego do séc V a.C.

4- Seja autossuficiente e viva com pouco

Para ser feliz é preciso aprender a suportar a dor do corpo e da alma, pois ela é inevitável. E nesse sentido a filosofia epicurista tem o propósito de nos preparar para suportar esse sofrimento. Uma das formas que ela faz isso é sugerindo viver uma vida regrada.

“Habituar-se às coisas simples, a um modo de vida não luxuoso, portanto, não só é conveniente para a saúde, como ainda proporciona ao [ser humano] os meios para enfrentar corajosamente as adversidades da vida: nos períodos em que conseguimos levar uma existência rica, predispõe o nosso ânimo para melhor aproveitá-la, e nos preparamos para enfrentar sem temor as vicissitudes da vida”.

Epicuro ainda lembra que não é que “devamos nos satisfazer com pouco, mas para nos contentarmos com esse pouco caso não tenhamos muito, […] os alimentos mais simples proporcionam o mesmo prazer que as iguarias mais requintadas, desde que se remova a dor promovida pela falta: pão e água produzem o prazer mais profundo quando ingeridos por quem deles mais necessita”.

5- Não seja resignado

A resignação é aceitar as coisas como elas são sem o desejo de mudá-las. Mas não no sentido de aceitar a natureza e suas leis, por exemplo. E sim no de aceitar o estado de coisas como algo que já foi definido e é imutável. Por exemplo, acreditar que só pelo fato de nascermos sem determinadas habilidades não poderemos desenvolvê-las. A frase “eu não nasci para isso” representa bem o espírito resignado.

Os epicuristas abominam a ideia de destino e sorte justamente porque elas retiram o protagonismo da ação humana. O destino é uma necessidade inevitável e a sorte é algo totalmente instável. Sendo assim, se queremos viver felizes, temos que aprender a não contar com o destino e a sorte.

Na prática isso significa não se apavorar pelas dificuldades que estão presentes. E nem deixar de seguir seus desejos (principalmente aqueles que proporcionaram um prazer maior depois) pelas dificuldades. Muitas vezes vemos nossa condição como imutável, mas através do uso correto da vontade e da razão é possível criar novas possibilidades.

6- Seja prudente

Diante de tantos prazeres para perseguir e dores para fugir é compreensível que Epicuro reconheça a prudência como a mãe de todas as virtudes. Sem ela seria impossível distinguir corretamente quais dos nossos desejos são bons ou não. E nem seria possível saber quais prazeres buscar e dores evitar.

Por isso, ela é crucial para a felicidade. Sem a prudência é fácil cair em excessos. Sejam excessos de prazer, como a pessoa que gasta até o dinheiro que não tem com prazeres superficiais; sejam excessos de dor, como a pessoa que trabalha sem parar, negligenciando sua saúde física e mental.

7- Nunca pare de filosofar

Para um epicurista a filosofia é essencial para ser feliz. Na verdade, ela é tão crucial para se chegar a esse estado, que para Epicuro o objetivo da filosofia é buscar e realizar a vida feliz.

Por isso Epicuro escreveu: “Que ninguém hesite em se dedicar à filosofia enquanto jovem, nem se canse de fazê-lo depois de [idoso], porque ninguém jamais é demasiado jovem ou demasiado [idoso] para alcançar a saúde de espírito. Quem afirma que a hora de dedicar-se à filosofia ainda não chegou, ou que ela já passou, é como se dissesse que ainda não chegou a hora de ser feliz”.

Por isso não devemos viver de forma a esperar por um futuro feliz. A felicidade não depende do conforto, da riqueza ou da sorte. A felicidade é um exercício diário de automelhoramento e reflexão. Ser feliz é uma habilidade como qualquer outra. Depende de muito esforço e dedicação.

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